O Brasil consolida-se como um dos maiores mercados de colchões do mundo e o líder absoluto na América Latina, respondendo por cerca de 40% do consumo regional. Em 2024, segundo a Sefaz, os fabricantes de colchões faturaram R$ 12,4 bilhões e, de acordo com dados do IBGE a produção física caiu 10,1% em comparação com 2023, estimando-se que foram comercializados aproximadamente 16,0 milhões de unidades, a um preço médio de R$ 770 por unidade.
Para 2025, a projeção é de expansão de aproximadamente 6,5%, com faturamento estimado em R$ 13,2 bilhões, impulsionado por inovação tecnológica, novos hábitos de consumo e uma agenda cada vez mais forte de sustentabilidade e economia circular.
Estrutura de mercado e composição por segmentos
O mix de produtos reflete a maturidade e a diversificação do mercado brasileiro:
- Espuma e mistos: cerca de 50% do volume total comercializado;
- Molas: aproximadamente 35%;
- Colchões especiais: cerca de 15%.
A tendência global de premiumização, somada ao aumento da preocupação com a saúde do sono, tem impulsionado a demanda por colchões especiais, híbridos e com apelo ecológico, incorporando materiais reciclados e tecnologias avançadas de conforto.
Regiões produtoras e polos de consumo
A produção de colchões está distribuída por todo o país, com destaque para:
- Sudeste: 35,9%
- Sul: 24,5%
- Nordeste: 19,2%
- Centro-Oeste: 13,2%
- Norte: 7,2%
O Brasil conta hoje com cerca de 351 fábricas certificadas pelo Inmetro em operação, que geram aproximadamente 39 mil empregos diretos. A região Sudeste, liderada por São Paulo, concentra o maior volume de produção e também o maior mercado consumidor.
Perfil do consumidor brasileiro
A quantidade produzida indica que o consumidor brasileiro troca de colchão, em média, a cada 10 anos, e a faixa etária com maior frequência de compra está entre 30 e 40 anos. O consumo concentra-se majoritariamente nas classes B e C, que juntas representam mais de 80% do mercado.
As lojas especializadas permanecem como o principal canal de venda, embora o e-commerce e os canais híbridos estejam em rápida expansão, em linha com a transformação omnicanal observada em mercados maduros.
No primeiro semestre de 2025, ocorreu a abertura de 1.871 novos comércios varejistas de colchões e a baixa de 1.687 estabelecimentos, resultando em um aumento de 193 varejistas. Com isso, no final de junho de 2025, existiam 27.497 comércios varejistas de colchões no Brasil.
Sustentabilidade e economia circular
O setor brasileiro acompanha a agenda internacional de sustentabilidade e avança na adoção de práticas de logística reversa e economia circular, mesmo sem um acordo setorial nacional específico para colchões. Entre as iniciativas mais relevantes, destacam-se:
- Manufatura reversa de colchões pós-consumo, em parceria com operadores especializados, permitindo a desmontagem e a reciclagem de espumas, molas e tecidos;
- Incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de componentes reciclados e ou com maior potencial de reciclabilidade;
- Apoio à adoção de tecnologias de reciclagem dos componentes do colchão, alinhando o setor brasileiro a práticas avançadas já implementadas no mundo.
Essas ações posicionam o Brasil de forma estratégica para atender às exigências futuras de legislações ambientais e esquemas de responsabilidade compartilhada.
Inovação e boas práticas
A ABICOL (Associação Brasileira da Indústria de Colchões) desempenha papel central no incentivo à inovação e no fortalecimento do setor por meio de iniciativas estratégicas, como:
- Programas de certificação e boas práticas industriais, incluindo protocolos de prevenção contra incêndios, uso de materiais reciclados e processos produtivos mais sustentáveis;
- O Observatório do Colchão, que monitora o mercado e atua no combate à concorrência desleal;
- O Prêmio Destaque Boas Práticas ESG, que reconhece empresas que se destacam em sustentabilidade, governança e inovação.
Desafios e oportunidades
O setor enfrenta desafios importantes, como a pressão de custos de insumos e logística, a concorrência desleal e a informalidade, além da volatilidade macroeconômica, que afetam produção e demanda.
Por outro lado, há oportunidades significativas que devem impulsionar o crescimento nos próximos anos:
- Expansão do segmento premium, com foco em saúde e bem-estar;
- Adoção crescente de soluções em economia circular e rastreabilidade de materiais;
- Digitalização do varejo e fortalecimento dos canais especializados e multicanais.
Resumo de mercado – Brasil 2024/2025
- Faturamento 2024: R$ 12,4 bilhões
- Projeção 2025: R$ 13,2 bilhões (+6,5%)
- Unidades produzidas 2024: 16,0 milhões
- Segmentação: espuma/mistos (~50%), molas (~35%), especiais (~15%)
- Produção: 339 fábricas certificadas pelo INMETRO / 39 mil empregos diretos
- Ticket médio: R$ 770 | Troca média: 10 anos
O Brasil continua entre os maiores mercados de colchões do mundo, com crescimento consistente e agenda cada vez mais alinhada às tendências globais de inovação, sustentabilidade e economia circular. A combinação de premiumização, tecnologia do sono, responsabilidade ambiental e digitalização do varejo desenha um cenário de oportunidades relevantes para os próximos anos.
Associação Brasileira da Indústria de Colchões – ABICOL
(Com revisão de Gustavo Valentim Loch)

Gustavo Valentim Loch
Head de Data and Analytics na Blu.
Matemático Industrial e Contador. Mestre e Doutor em Pesquisa Operacional. Consultor em criação de área de dados em empresas. Experiência em inteligência de mercado e previsão de demanda. Professor universitário, com atuação em programas de Mestrado e Doutorado.
Vol. 11 – Edição 069 – 22/10/2025

