Neste mês de janeiro, a Abicol promoveu um diálogo online entre representantes de indústrias colchoeiras, fornecedores e entidades de controle de qualidade sobre o suporte de peso do colchão, com foco especial nos molejos.
O objetivo da discussão foi analisar o uso da informação da capacidade de suporte de peso na etiqueta dos colchões e as possíveis implicações para o mercado e os consumidores. A principal preocupação levantada durante a discussão foi a potencial desorientação do consumidor, visto que a capacidade total de suporte do colchão é influenciada por todos os seus componentes, especialmente a espuma. A informação sobre a resistência do molejo pode levar o consumidor a percepções equivocadas, como concluir que a capacidade do molejo se refere a todo o colchão.
Adicionalmente, a Abicol ressalta que os fabricantes empregam métodos de medição diversos. Nesse sentido, a associação propôs uma reflexão sobre a necessidade de uniformizar a metodologia de avaliação, visando à padronização do processo para que as informações possam ser parametrizadas de maneira equitativa.
Observou-se que muitos fabricantes de colchões e varejistas continuam a destacar a capacidade de suporte das molas em suas etiquetas e campanhas publicitárias, mesmo após a Abicol alertar, em 25 de outubro de 2023, por meio de uma solicitação aos fabricantes de molas para colchões, sobre a necessidade de uma regulamentação específica antes de comunicar ao mercado consumidor a capacidade de suporte do molejo. A Abicol também enfatizou os riscos associados, incluindo implicações legais nos termos do Código de Defesa do Consumidor, devido à possibilidade de induzir o consumidor ao erro.
Devido a esse cenário e ao fato de que a declaração de suporte de peso do molejo tem sido objeto de registros tanto na Abicol quanto no Observatório do Colchão, a Abicol questionou como essa prática poderia impactar a competição no mercado de colchões. Além disso, a organização indagou sobre a percepção dos presentes em relação à situação, questionando se a consideravam problemática.
A associação buscou, por meio desta reunião, coletar informações e opiniões que possam orientar as futuras ações da entidade em relação a esse tema. O objetivo é abordar de maneira eficaz as preocupações relacionadas à interpretação equivocada por parte dos consumidores e suas consequências legais, bem como à falta de padronização nas práticas de medição, visando promover maior clareza no mercado de colchões.
A Abicol ressalta que, além do que foi abordado durante a videoconferência, planeja manter a temática em debate nos fóruns especializados, como ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), GT Molejo (grupo de trabalho da Abicol) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O objetivo é estabelecer padrões que promovam uma competição justa e transparência no mercado.
Vol. 10 – Edição 010 – 26/01/2024