Produtos sem regulamentação do Inmetro, portanto de baixa qualidade, deverão ser liquidados até 7 de fevereiro

Nádia de Assis

Os lojistas de Minas Gerais têm até 7 de fevereiro de 2015 para liquidar os colchões de espuma sem a regulamentação do Inmetro, conforme a Portaria 79, estabelecida em 3 de fevereiro de 2011. A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) e empresários do segmento não poupam elogios à medida e acreditam que ela será capaz de retirar do mercado produtos de qualidade inferior.

Desde que a norma começou a vigorar, em 2011, a indústria teve 30 meses para adequar a produção e outros seis para comercializar seus últimos estoques sem o selo que garante a qualidade. Após este prazo, as fábricas não poderiam ter nenhum colchão não-regulamentado armazenado. Já o varejo está autorizado a vender estes produtos até 7 de fevereiro de 2015.

Para o presidente da Abicol, Luís Fernando Ferraz, trata-se de uma maneira de o consumidor ter mais segurança e clareza ao adquirir o colchão. Ele ainda adianta que uma regulamentação voltada para os colchões de mola deve ser publicada dentro de poucos meses. “O Inmetro poderia impor uma norma imediatamente mas, antes disso, está tentando ouvir o setor e conhecer o produto a fundo”, ressalta.

O proprietário da mineira Arte do Sono, Fábio Schichman, com fábrica e loja na capital mineira, também classifica a regulamentação como positiva, embora os colchões de espuma representem apenas 5% do seu faturamento total. “Muitos lojistas prejudicam o mercado ao oferecer ao consumidor produtos mais baratos, mas de baixa qualidade. Agora, eles vão precisar se esforçar para mudar a filosofia de trabalho”, argumenta ele, que aguarda com ansiedade as novas regras para os colchões de mola, carro-chefe dos seus negócios.

Schichman frisa ainda que outra grande dificuldade do empresário mineiro deste ramo é a concorrência com outros estados, devido aos encargos diferenciados. Conforme ele, a alíquota de substituição tributária cobrada em São Paulo é significativamente inferior à de Minas Gerais. Com o advento do e-commerce, os compradores têm acesso aos colchões fabricados em estados onde os impostos são mais baixos e que, por isso, continuam mais em conta mesmo após a cobrança do frete.

“Este é o principal desafio que enfrento atualmente, pois o cliente utiliza a estrutura da minha loja para testar o produto mas, na hora de comprar, opta por aquele de características semelhantes e de valor menor que ele encontra na internet”, lamenta ele, reivindicando urgentemente o fim da guerra fiscal, considerada como a grande vilã de empresários de diferentes ramos espalhados por vários estados do país.

Fonte: http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=comercio_de_colchoes_sera_fiscalizado&id=136801